Ainda um pouco estremunhadas, alunas e professora juntam-se, à quarta-feira, pelas nove horas, e iniciam o seu trabalho artesanal.
Ouvem uma composição musical, vêem a reprodução de uma obra pictórica, saboreiam o resultado de um acto culinário... Nasce a palavra e, então, esculpem as frases, burilam o texto.
É o prazer de ouvir, de ver, de saborear e de ESCREVER!
1ªSESSÃO: 27/09/06
A rapariga avançava, com passos suaves, melancólica e lentamente, pela areia fina do areal iluminado pelo luar. Olhava o mar com certa saudade, pois sabia que do outro lado estaria quem amava à espera de um beijo seu. Entretanto, ouvia a leve agitação daquele que o levara, para bem longe dela. Sentou-se, então, refugiando-se nos seus pensamentos. Depois, olhando aquele mar cristalino e dourado pela lua, lamentou a sua constante saudade, imaginando como seria se pudesse voar livre como uma gaivota até junto dele. Lá chegada, pousaria sobre o seu colo terno, recebendo todo aquele carinho de que sentia falta, minuto após minuto.
Mas logo se apercebeu que afinal estava ali sentada, no escuro da
noite solitária. Então, descontente com aqueles sentimentos que pareciam querer impor-se à força, chorou longamente a sua tristeza e melancolia. As lágrimas frias corriam pela sua face macia e doce.
Mas o mar, antes sereno, tornou-se subitamente revoltado.
2ªSESSÃO: 04/10/06
O vento soprava violentamente, levantando a areia e fazendo-a rodopiar no ar.
Envolta em tão grande revolta, perguntou ao mar o porquê daquela partida, que lhe trazia tanta tristeza, tanta dor. Depois, perante aquele tumulto dentro de si, sentiu-se desvanecer, caindo sobre o chão como uma folha no Outono, leve e suave.
Fechando os olhos, viu, para sua grande surpresa, a imagem dele surgir no areal. Trazia na sua mão uma rosa vermelha, tão brilhante como a estrela mais reluzente do céu. O seu coração encheu-se de alegria. Ele avançava com aqueles passos tão calmos e decididos, que ela conhecia tão bem. Viu-lhe o sorriso no rosto e também ela sorriu. Subitamente, estava envolta nos seus braços, a sua saia sedosa rodopiando numa dança suave. Os pés moviam-se, rodando, ao som de uma melodia profunda e melancólica, tal como no conto de fadas de que ela tanto gostava. Sentia-se feliz naquele momento tão mágico.
Subitamente, aquela imagem desvaneceu-se na areia molhada pelas suas lágrimas. E afinal ela estava ali, deitada sobre a areia, apenas com uma rosa vermelha no seu peito.
3ª e 4ª SESSÕES: 11.10.2006 e 18.10.2006
A rapariga avançava melancolicamente, com passos suaves, ao longo da praia iluminada pelo luar. Olhava o mar com certa saudade, pois sabia que, do outro lado, estaria quem amava à espera de um beijo seu. Lamentosa, ouvia a leve agitação daquele que o levara para bem longe dela...
Sentou-se, então, refugiando-se nos seus pensamentos. Depois, olhando aquele mar cristalino e prateado, amargurava a sua saudade, imaginando como seria se pudesse voar livre como uma gaivota até junto dele. Lá chegada, pousaria sobre o seu colo terno, recebendo todo aquele carinho de que sentia falta, minuto após minuto.
Mas logo se apercebeu de que afinal estava ali sentada, no escuro da noite solitária. Então, infeliz com aqueles sentimentos que pareciam querer impor-se à força, chorou longamente a sua tristeza e melancolia. As lágrimas frias corriam pela sua face macia e doce.
Mas o mar, antes sereno, tornou-se subitamente revoltado. O vento soprava violentamente, levantando a areia e fazendo-a rodopiar no ar.
Envolta em tão grande revolta, perguntou ao mar o porquê daquela partida, que lhe trazia tanta tristeza, tanta dor! Depois, perante aquele tumulto interior, sentiu-se desvanecer, caindo sobre o chão como uma folha no Outono, leve e suave.
Fechando os olhos, viu, para sua grande surpresa, a imagem do seu amado surgir no areal. Trazia na sua mão uma rosa vermelha tão brilhante como a estrela mais reluzente do céu. O seu coração encheu-se de alegria. Ele avançava com aqueles passos tão calmos e decididos que ela conhecia tão bem. Viu-lhe o sorriso no rosto e também ela sorriu. Subitamente, estava envolta nos seus braços e a sua saia sedosa rodopiava numa dança suave. Os pés moviam-se, rodando, ao som de uma melodia profunda e melancólica, tal como no conto de fadas de que ela tanto gostava. Sentia-se feliz naquele momento tão mágico.
Subitamente, aquela imagem desvaneceu-se na areia molhada pelas suas lágrimas. Afinal ela estava ali, deitada sobre a areia, apenas com uma rosa vermelha no seu peito...
Texto produzido por Joana Polido e Sara Alves a partir da audição de "Nocturne in F minor" de Chopin