sábado, 17 de fevereiro de 2007

Columbano Bordalo Pinheiro 1874-1900



Exposição: 16.2 até 6.5

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O Museu do Chiado assinala os 150 anos do nascimento de Columbano Bordalo Pinheiro com uma exposição que revisita a sua obra. Expoente do naturalismo oitocentista português, Columbano integrou o Grupo do Leão (de que faziam parte nomes como Silva Porto, José Malhoa e Rafael Bordalo Pinheiro) e celebrizou-se na pintura decorativa e no retrato.

Eduardo Nery - Galeria S. Mamede 8.2 a 8.3


Esta exposição de Eduardo Nery, composta por 25 pinturas sobre madeira e papel, apresenta uma série (2004-2006) que estabelece uma estreita relação com as suas pinturas dos anos 70 e com o numeroso e variado conjunto de experiências que desenvolveu no âmbito da Op Art internacional.

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

Oficina de Escrita

Café
Doce
Tentação
Bolacha
Macio
Fofo


1ª Sessão: 13/12/2006

Setúbal, 6 de Dezembro de 2006

Querido diário,
Escrevo para recordar a primeira vez em que provei café… a minha eterna tentação.
Foi há muito tempo, quando ainda era pequenina. Tinha seis anos e a minha mãe deu-me a provar café. Foi um momento mágico em que percebi que aquele seria o meu eterno vício.
Lembro-me como se fosse hoje… Era tão ingénua, guiava-me pelo coração, com aquela inocência, própria da idade. Numa tarde de Inverno, estava eu de férias, sentada ao pé da lareira, a ler, quando a minha mãe chama por mim, com aquela voz calorosa e doce que ainda hoje relembro. ‘ Sofia, chega aqui! ‘, disse-me ela, lá do fundo da sala, e eu cheguei perto dela, sempre á espera de receber uns miminhos. Mas não, ela esperava-me com uma colherzinha de café, queria que eu o provasse. E eu provei. Era deliciosa aquela substância que eu desconhecia, era doce, era… uma tentação.
Passei, embora não o soubesse, a depender de alguma coisa. É claro que, enquanto criança não bebia café, não podia… mas, mais tarde, passei a bebê-lo muitas vezes. Se estava triste, bebia café, se estava feliz… também. Era um vício que eu não conseguia vencer… mas hoje encontrei uma explicação para isto, hoje sei o porquê da minha quase obsessão pelo café. É que o café traz-me memórias. Muitas memórias da minha infância, de todas as inesgotáveis tardes de Inverno em que a minha mãe esperava por mim, sempre com a colherzinha de café que nunca vou esquecer. Recordo aquela sala, tenuemente iluminada, a lareira, a cadeira de baloiço onde tantas vezes a minha mãe me embalou, a janela com vista para a praia…
É que as memórias são muito importantes, são as páginas já escritas do livro da nossa vida. E, no entanto, quase ninguém as tem… as pessoas vivem muito ocupadas com o seu dia-a-dia e esquecem…
Hoje, ainda bebo café, tal como na primeira vez. Aprendi a fazer um bolo de café e bolacha, é doce e fofo, é muito bom. Esse bolo, dou-o agora á minha filha, que tem seis anos. Uma vez por outra, chamo-a. E, quando ela chega, inocente, ao pé de mim, eu dou-lhe numa pequena colher com um bocadinho deste bolo que, certamente, ela sempre irá recordar.


2ª Sessão: 3/01/07

Querido diário,
Escrevo para recordar a primeira vez em que provei café… a minha eterna tentação.
Foi há muito tempo, quando ainda era pequenina. Tinha seis anos, e a minha mãe deu-me a provar café. Foi um momento mágico em que percebi que aquele seria o meu eterno vício. Lembro-me como se fosse hoje… Era tão ingénua! Guiava-me pelo coração, com aquela inocência própria da idade.
Numa tarde de Inverno, estava eu de férias, sentada ao pé da lareira, a ler, quando a minha mãe chamou por mim, com aquela voz calorosa e doce que ainda hoje relembro:- ‘ Sofia, chega aqui! ‘- disse-me ela, lá do fundo da sala. E eu cheguei perto dela, sempre à espera de receber uns miminhos. Mas não, ela esperava-me com uma colherzinha de café. Queria que eu o provasse. E eu provei. Era deliciosa aquela substância que eu desconhecia, era doce, era… uma tentação.
Passei, embora não o soubesse, a depender de alguma coisa. É claro que, enquanto criança, não bebia café, não podia, mas, mais tarde, passei a bebê-lo muitas vezes. Se estava triste, bebia café, se estava feliz… também. Era um vício que eu não conseguia vencer. Hoje, encontrei uma explicação para isto; hoje, sei o porquê da minha quase obsessão pelo café. É que o café me traz memórias. Muitas memórias da minha infância, de todas as inesgotáveis tardes de Inverno em que a minha mãe esperava por mim, sempre com a colherzinha de café que nunca vou esquecer. Recordo aquela sala, tenuemente iluminada, a lareira, a cadeira de baloiço, onde tantas vezes a minha mãe me embalou, a janela com vista para a praia…
É que as memórias são muito importantes, são as páginas já escritas do livro da nossa vida. No entanto, quase ninguém as tem… as pessoas vivem muito ocupadas com o seu dia-a-dia e esquecem…
Hoje, ainda bebo café, tal como da primeira vez. Aprendi a fazer um bolo de café e bolacha; é doce, fofo e muito bom. Agora, dou este bolo à minha filha, que tem seis anos. Uma vez por outra, chamo-a. E, quando ela chega, inocente, ao pé de mim, eu dou-lhe um pouquinho de café, numa pequena colher, gesto que ela sempre recordará.



Filipa Neves, 10º ano

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Dia dos Namorados


Cheguei a casa há pouco e amanhã
celebrarei contigo pla primeira vez
esse dia que alguém convencionou
ser para os namorados: eu e tu,
dois seres quase sonâmbulos,
afogados em histórias mal cicatrizadas
que extravasam ao longo de conversas
plas estradas nocturnas por onde fugimos
da vida que nos dói: velhos amores
refulgindo na tua memória,
na minha fantasia que os volta a viver
em ti, por ti, como se também eu
ressentisse na pele o sabor desses beijos
esvaindo-se no tempo, que lhes toca,
ao de leve, com lábios de veludo,
e os arrasta num caudal de espectros
de vagas silhuetas, na penumbra
que foi a minha vida até chegar a ti.

Fernando Pinto do Amaral

in «Poemas de Amor» selecção de Inês Pedrosa, D. Quixote

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007