Um livro que não se esquece nunca!
Denunciando a injustiça da repressão e das perseguições políticas
levadas a cabo pelo Estado Novo, a peça «Felizmente Há Luar!», publicada em 1961, no mesmo ano
de «Angústia para o Jantar», esteve proibida pela censura durante
muitos anos. Só em 1978 foi pela primeira vez levada à cena, no Teatro
Nacional, numa encenação do próprio Sttau Monteiro.
«Eu sou um
homem de teatro concreto, real, de palco. Para mim, o teatro surge quando está
no palco, quando estabelece uma relação social, concreta, num povo e num grupo.
O livro meramente, ou o texto, tem para mim muito pouco significado, apesar de
eu ser um autor teatral. (...) Se vocês são o teatro do futuro, eu sou o do
passado. Eu sou um homem para quem só conta o espetáculo.»
Estas são palavras proferidas por Sttau Monteiro e publicadas em «Le théatre sous la contrainte», Atas
do Colóquio Internacional realizado em Aix-en-Provence, em 4 e 5 de Dezembro de
1985, publicadas pela Universidade de Provence, em 1988.