"«De Nordeste a Noroeste, caminhos que vão dar às ""Meninas de Castro Laboreiro"", à ""História do soldado José Jorge"" ou ao Monte Evereste de Lanhoso. Depois, as ""Terras baixas, vizinhas do mar"". Encontramos nelas ""Um Castelo para Hamlet"", e descobre-se que nem todas as ruínas são romanas. Viaja-se ainda pelas ""brandas beiras de pedra"", com as ""novas tentações do demónio"" e ""o fantasma de José Júnior"". Um convite, entretanto, a parar em todo o lado, entre Mondego e Sado, para observar ""artes da água e do fogo"" ou as chaminés e laranjais. E um passeio pela ""grande e ardente terra de Alentejo"". Aí, ""a noite em que o mundo começou""; aí, ""uma flor da rosa""; aí, onde ""é proíbido destruir os ninhos"". E mais o sol, o pão seco e o pão mole do Algarve, com ""o português tal qual se fala"". ""Pelos caminhos de Portugal / Eu vi tantas coisas lindas vi o mundo sem igual"", canta o cancioneiro popular, e assim faz Saramago, com a diferença essencial que a qualidade da sua escrita está bastantes furos acima. Uma viagem, se não pelo Portugal profundo, pelo menos por uma forma profunda de ver Portugal.» (Diário de Notícias, 9 de Outubro de 1998)".
De José Saramago. Ed. Caminho.
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