quinta-feira, 19 de maio de 2011



Caminhei sozinho pela província,
Pequena terra de aldeões
Meninas lindas de outrora
São fatais beldades, agora,
De Castelos e Castelões

Daquilo que vi apenas sei
Que até agora nada encontrei

Caminhei sozinho pela cidade
Pessoas inundam a urbanidade
Com o charme de um Channel
Contrasta a puta de um bordel
Qual a chave do meu coração?

Daquilo que vi apenas sei
Até agora nada encontrei

Caminhei sozinho pela avenida
Virei na esquina de uma ruela
Canais interligados de mistério
Em cada beco o adultério
Ao longe sinto o perfume dela

Daquilo que vi apenas sei
Até agora nada encontrei

Caminhei sozinho pelo abismo
Momentos tristes de solidão
A falta que me fazias
Em mortais e enublados dias
Em cruéis choros do coração

Daquilo que vi apenas sei
Até agora nada encontrei

Caminhei sozinho pela estrada,
Deserto, atípico, no meio do nada
Mulheres e mais mulheres que passam
Ninguém me interessa, façam o que façam
Apenas te procuro, nas asas de uma fada

Daquilo que vi apenas sei
Até agora nada encontrei

Caminhei sozinho pelo campo
Sol, calor que ilumina um verde assim
De esperança se fez a minha vida
O cheiro das flores minha guarida

Teu aroma que sinto perto de mim

Daquilo que vi apenas sei
Até agora nada encontrei

Caminhei sozinho sobre o mar
Elemento natural da tranquilidade
Ondas que abanam o dia-a-dia
Espelho que reflectiu quem eu seria
Jamais me mostrou tua verdade

Daquilo que vi apenas sei
Até agora nada encontrei

Caminhei sozinho sobre o fogo
Que o poeta diz arder sem se ver
Simples humano é quem o desmentir
Nem poderia, insistes em fugir
E eu passo pelo inferno para te ter

Daquilo que vi apenas sei
Até agora nada encontrei

Caminhei sozinho na floresta
Neblina crua e gritante
Medos fatídicos de solidão
Não por outras, pelo coração
De um só amor tal e qual Dante

Daquilo que vi apenas sei
Até agora nada encontrei

Caminhei sozinho pelo ar,
Frio, gélido que a alma congela
Brisas refrescantes de amor
Conservam em mim o teu calor
Diz-me pai, onde andará ela?
Daquilo que vi apenas sei
Até agora nada encontrei

Caminhei sozinho pela terra
Tu vagueias no meu pensamento
Força divina de um tormento
Saber que existes e eu te invento
Aos olhos do amor não tem fundamento

Daquilo que vi apenas sei
Até agora nada encontrei

Caminhei sozinho pelo mundo
Sentimentos vários percorri
Quatro cantos explorei
Não sei de nada… Só por ti sei
O sentido que tudo tem contigo aqui

Daquilo que vi apenas sei
Até agora nada encontrei

Caminhei sozinho pelas estrelas
Num manto escuro, vi-te passar
Rápida tal qual a flecha
Sedutora, como uma gueixa
Irradiando o brilho do teu olhar

Daquilo que vi apenas sei
Até agora nada encontrei

Caminhei sozinho pela galáxia
Em planetas vi o teu rosto
Outros “seres” sem igual
Mas nenhum ar angelical
Que tédio, que desgosto!

Daquilo que vi apenas sei
Até agora nada encontrei

Caminhei sozinho pelo Céu
O Purgatório percorri por ti
Anjos disseram-me ao ouvido
A que procuras, Romeu querido
É Julieta e não está aqui


Daquilo que vi apenas sei
Até agora nada encontrei

Caminhei sozinho até ao Inferno
Desci nove degraus de pecados
Em busca de ti, essência do meu ser
Enfrentei o próprio Lúcifer
Obtive a resposta dos mal-amados

Daquilo que vi apenas sei
Até agora nada encontrei

Caminhei sozinho por aí
Num lado qualquer
Vi-te ao longe e sorri
Tu sorriste e vieste a mim
Eras tu a tal mulher

Tantos locais percorridos
Tanta força de vontade
Não foi a pressa que me valeu
Esperança, essa permaneceu
De encontrar a cara-metade

Porque todos temos uma
E tu és minha, tenho certeza
É o amor que sinto nos momentos
Que revelam os sentimentos
Cativos a essa tal beleza

Agora que te encontrei
Só contigo tudo perdura
Começou uma nova vida
Terminou minha procura.

Daquilo que vi apenas sei
És o amor que finalmente encontrei.

Fábio Machuqueiro

1 comentário:

fernanda disse...

nós nunca podemos de dizer que conhecemos as pessoas ao fm deste tempo não sabia esta tua veia poeta. Gostei muito continua.Fernanda