1ª Sessão - 04/10/07
Livro... Palavras... Magia... Intermediário... sentimental
Escrita... Desejos da caneta... Inspirações
Prazer de ler e de escrever
Era um dia sombrio, em que a chuva chorava melancolicamente, em que o vento sussurrava e agitava a folhagem seca e desgastada pelo triste Outono. Àquela hora, o silêncio voava por entre todas as páginas, por entre todas as essências amareladas pelo tempo, por entre todos aqueles sonhares perdidos nas palavras.
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Era um dia sombrio, em que a chuva chorava melancolicamente, em que o vento sussurrava e agitava a folhagem seca e desgastada pelo triste Outono. Àquela hora, o silêncio voava por entre todas as páginas, por entre todas as essências amareladas pelo tempo, por entre todos aqueles sonhos perdidos nas palavras.
Foi nesse dia que todos os meus medos se concretizaram, quando o Francisco me deixou ficar perdida no chão daquela velha e nostálgica biblioteca. Ele era um rapaz despistado e sem gosto pelo meu mundo, o mundo das palavras, dos sonhos, da magia. Comigo, ele apenas escrevia palavras vazias, sem cor nem paixão. Com ele, eu não me sentia verdadeiramente realizada, pois o meu trabalho era monótono e frio, reflexo de um ser insensível e incapaz de amar. Mas, por muito desmotivante que fosse escrever sem a luz das palavras, tudo seria preferível à solidão cinzenta do pó. Durante dias, ansiei poder voltar a respirar as palavras, ansiei poder voltar a atingir a alma da imaginação.
Muito tempo se passou até que, num dia em que o sol espreitava por entre as frestas das envelhecidas janelas, me encontrei num novo sonho, abandonei o antigo pesadelo num simples devaneio. Foi nesse dia que me encontraram e salvaram daquela tristeza que me parecia ser eterna.
Eu já vira aquelas duas raparigas na biblioteca, lendo livros e usando a minha linguagem universal, a linguagem dos sentimentos e da fantasia. No papel, elas deixavam pingar os sonhos, um a um, como gotas luminosas numa cadência exacta. Tinham, dentro delas, a magia da juventude, o prazer de ler e de voar na transparência das palavras. Quando elas me descobriram, eu encontrei-me finalmente, concretizei os meus mais profundos desejos.
A partir daquele dia, comecei a desenhar as cores da amizade, os desgostos e alegrias do amor, os sonhos e os medos daquelas duas amigas. Assim vivi até ao fim da minha vida, realizada, feliz, como uma criança que brinca alegremente num perfumado jardim de matizadas flores. Era o prazer de escrever, de ler, de invadir o mundo dos sonhos que preenchia a alma daquelas raparigas.
É esse o prazer que faz com que todas as canetas possam respirar, voar, enfim, viver...
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